terça-feira, 16 de junho de 2009

Redação - ENEM 2004

Autor: Maykon

Título: Não confundamos liberdade com descompromisso

Grande parcela da responsabilidade pela má qualidade da mídia é da própria população. É basicamente aquele velho conceito de oferta e procura. É ofertado aos espectadores aquilo que eles desejam. E, infelizmente, o que se quer atualmente são programas que retratem os defeitos e desgraças alheias.

Se uma emissora de televisão se designa a prestar bons serviços à população por meio de programas que abordem aspectos culturais e educacionais, certamente perderá audiência para outro programa que aborde a criminalidade, a pobreza e invada a privacidade de pessoas inocentes ou não (veja o sucesso dos reality shows, principalmente no Brasil). Desta forma, as emissoras que ainda pretendem prestar um bom serviço apenas o fazem em horário nada nobre. Quem acorda domingo às seis horas da manhã para assistir um conteúdo misto de educação e informação? Poucos, certamente. É válido lembrar que, para a maioria das empresas de comunicação, a audiência é muito mais quista do que a responsabilidade social que ela tem – ou deveria ter.

A grande massa se deixa alienar pelo que é oferecido e apresentado, principalmente no meio televisivo. Contudo, não se pode esquecer que as grandes emissoras de rádio e televisão, de certa forma, conseguem manipular os gostos e interesses da maioria das pessoas. Por isso, cabe-lhes também a responsabilidade pelos abusos que ocorrem. Por que, ao invés de se focarem em apresentar programas e informações medíocres, não propõem conteúdo que possa somar algo de útil e produtivo à sociedade? Por que não desmistificam assuntos como política e economia para que a maior parte da população saia do achismo e passe a entender o que ocorre à sua volta e que, certamente, influenciará sua vida? Quando o assunto é algum absurdo, alguma violência ou tragédia, a informação é passada de forma popular, que todos entendem.

Muito não se pode mudar por meio de imposição política ou judicial, por causa da liberdade de informação adquirida pela imprensa. Tal liberdade é importantíssima, pois se trata de um dos pilares que garantem e concretizam a democracia de uma nação. Porém, é tempo de que haja reflexão e conscientização por parte da sociedade e da imprensa para que todos compreendam o importantíssimo papel da mídia, e não a tornem em algo sem valor, como vem se tornando aos poucos. E mesmo que os meios de comunicação assumam o papel de entretenimento, não se esqueça da sua função de informar, preferencialmente o que realmente seja proveitoso.



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2 comentários:

  1. Parece-me que você começou o texto no argumento, faltou a introdução.
    1.É basicamente (coloquialismo e faltou a palavra que faça referencia a idéia que você quer retomar)
    2. se designa (designar é sinônimo de escolher, a frase da a entender que a emissora escolhe a si mesma, fica estranho) quista (de acordo com o dicionário Michaelis quisto atualmente só é usado em palavras compostas) lembra de substituir o itálico por aspas na prova quando for usar estrangeirismo.
    3. achismo (fiquei surpreso ao ver que essa palavra consta no português culto, o Word sublinhou como errado, talvez seja arriscado colocar isso na fuvest pois o corretor pode não considerar)

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  2. Faltou o negocio das linhas, em times new roman 12 deu 31 linhas, na prova você vai ter só a frente de uma folha para escrever com uma letra legível, eu recomendo que você escreva uma linha no papel e reescreva no Word para comparar, aqui a minha melhor letra ocupa as 34 linhas da fuvest em 19 linhas, mas caso eu precise escrever muita coisa a menor letra que eu consigo fazer ocupa 41 linhas. Não acho que os corretores vão ter muita paciência com redações enormes além de dar muito trabalho fazer uma letra minúscula. Acho melhor nós ficarmos mais próximos do limite mínimo.

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